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O canal

Posted by Dra. E. on 10:42
Sabe quando você toma uma decisão que vai mudar sua vida para sempre? Pois é, aquele barra list foi uma dessas. Não foi a primeira, nem a última deste tipo que tomei nessa vida, mas, certamente, foi a que mais mudou meu modo de ver, sentir e pensar o mundo.
Foi naquele dezembro de 1998, quando pela primeira vez Ellen se sentiu diante de um dilema, um impulso que não pode controlar e acabou clicando no #lesbians. No inicio fazia o tipo tranquila, puxando assunto com algumas das meninas do canal, e logo foi se interessando pelo estilo de vida que aquelas pessoas levavam, era muito intrigante e Ellen sempre foi muito.... curiosa. Eram tantas histórias fascinantes, tantas vidas, tantas perguntas. E, aos poucos, as perguntas foram ganhando respostas. Nem todas, claro. Há perguntas para as quais as respostas não surgirão. E é assim que deve ser, para que a curiosidade do ser humano continue a fazer o mundo girar.
Até que um dia Ellen conheceu Bruna, uma mulher extremamente misteriosa, mas que, aos poucos, foi conquistando sua confiança e, aos poucos, tornou-se a pessoa com quem Ellen mais falava. Um dia Ellen acordou para o fato: estava apaixonada por uma mulher. E não era algo simples, pois era uma mulher que ela nunca tinha visto. Será que isso é possível? Amar alguém que não sabemos sequer como se parece. Parecia que seu cérebro estava lhe pregando uma peça. Só poderia ser isso. Como poderia sentir-se atraída apenas por uma ideia. Por alguém que ao mesmo tempo era tão real e tão imaginária. Mas o que Ellen sabia era que, dormia e acordava pensando nela. Pela primeira vez em sua vida, ela soube o que era estar apaixonada por alguém.

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Para sempre e mais um pouco

Posted by Dra. E. on 05:59
Para sempre e mais um pouco
é o escasso tempo que tenho
para lhe conquistar todos os dias,
renovando nosso amor
a todo instante
Um beijo, um abraço,
um sorriso, um olhar
sua voz acariciando meu ouvido
nossos dedos entrelaçados
sua mão na minha
mãos dadas, na certeza
que estaremos sempre
uma com a outra
serei sempre seu porto seguro
e será sempre com quem
posso contar
juntas formaremos sólido alicerce
sobre o qual nosso amor
há de prosperar
Para sempre e mais um pouco

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A melodia da sua voz

Posted by Dra. E. on 05:55
Como a mais bela poesia,
sua voz encontrou minha alma
e com seu tom suave de falar,
abriram-se as portas do meu coração
Passo a passo você foi
achando o caminho de me deixar
perdidamente apaixonada.
Foi paixão a primeira ouvida.
E com isso iniciei minha jornada
a fim de conquistar o meu lugar
em sua vida
e somá-la a minha
e torná-la nossa
Ainda hoje, toda vez que lhe escuto
sinto uma enorme paz que me preenche,
sinto-me leve e feliz.

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O simples pensar em você

Posted by Dra. E. on 05:47
Eu sonho com o dia
em que abrirei os olhos
e encontrarei você ao meu lado.
O simples pensar em você
faz meu coração acelerar,
bater mais forte dentro do peito
como se dele quisesse saltar
O corpo inteiro estremesse
e sem que eu perceba
em meu rosto abre um sorriso
radiante de alegria
felicidade em saber
que levo você comigo
aonde quer que eu vá
a cada passo em meu caminho,
a cada escolha que eu faço
você é minha razão,
minha luz,
minha estrela guia

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O barra list

Posted by Dra. E. on 03:31
Era dezembro de 1998 e Ellen tinha acabado de começar a faculdade de publicidade. Estava começando a conhecer as pessoas, ir às chopadas e tentar viver uma vida como a de outras garotas de sua idade, mas ela nunca fora uma jovem muito normal, então essas coisas não faziam parte de seu cotidiano. Ellen era aficionada por jogar futebol, colecionava revistas em quadrinhos e era viciada em internet, tanto que, para isso, esperava ansiosamente a chegada da meia-noite, entretanto ela era uma jovem extremamente ingênua para a sua idade. Nunca tinha tido um relacionamento interessante, tampouco se interessava por tê-los, quando saía não gostava de ficar com os rapazes que se aproximavam, então conhecia muito pouco de sua própria vida. Aliás, parecia que ela mal tinha uma vida no mundo real.
Ellen era viciada num bate-papo chamado mIRC, e nele conectava todas as madrugadas em salas variadas de sua cidade, estado ou, até mesmo de outros países, era interessante para praticar seu inglês. Era neste mundo que Ellen parecia sentir-se a vontade, era lá que ela sentia-se bem.
Aquele domingo, tinha tudo para ser como outro qualquer, acordou tarde e não tinha nada demais para fazer, porém uma série que estava passando na televisão mudou o rumo de sua vida.
Ellen estava entediada quando ligou a televisão, estava passando uma série que ela não tinha visto antes, ela quase não assistia tv. Era uma série sobre uma policial e sua parceira, que, a primeira vista, parecia mais uma comédia de tantas cenas inacreditáveis de saltos e demonstrações de agilidade. Não parecia ser nada demais, porém, mais tarde em seu computador, fez uma pesquisa na internet sobre a série e encontrou o site que tornaria tudo muito mais interessante. O site continha uma lista de todos os episódios da série comentados de forma a deixar claro que a relação das policiais era mais do que apenas como parceiras de trabalho. Ela leu tudo que tinha no site, estava vidrada, completamente absorvida por aquele mundo. Naquele momento, muita coisa passou a ter sentido e uma curiosidade sem limites tomou conta de sua mente.
Foi quando ela resolveu conectar ao seu amado mIRC e procurar um canal para tirar suas dúvidas e conhecer essas pessoas mais “de perto”, mas primeiro tinha que criar uma outra personalidade, não queria ser exposta, ser reconhecida. Mas qual apelido escolher? Lembrou-se de suas queridas revistas, os X-MEN, e iniciou uma série de tentativas frustradas para escolher seu apelido, todos os personagens que ela gostava já tinham seus nomes registrados como apelidos de ouras pessoas, até que ela resolveu tentar o nome em inglês de uma personagem que ela nem curtia muito, mas era o que restava tentar, foi quando Ellen tornou-se MarvelGirl-RJ. Após a escolha do apelido, ela só precisava encontrar o canal certo para conversar e tirar suas dúvidas, conhecer pessoas diferentes das que ela estava acostumada, sair um pouco de seu mundinho limitado. Ela conhecia o comando, porém, por um momento, relutou, será que estava certa em trilhar esse caminho? Respirou fundo e digitou o /list que fez com que uma janela pop-up surgisse com uma lista que parecia infinita de canais a serem escolhidos por ela, mas ela queria algo muito específico e seus olhos procuravam atentos por esse canal, ele tinha que existir, a barra de rolagem parecia mínima de tantos nomes listados na tela, porém ela sabia o que procurava e não sairia dali até achar. Foi quando seu corpo estremeceu, parecia que uma leve corrente passava por seu corpo prendendo sua mão ao mouse, ela havia encontrado. Estava ali parada diante de um dilema, entrar ou não no #lesbians.

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A primeira vez

Posted by Dra. E. on 14:23
Pâmela colocou os pés para fora do carro de seu pai e foi logo pegando a sua mala, ela olhou admirada para o portão que a levaria à sua primeira viagem de avião sozinha. Despediu-se de seu pai e, com a passagem entre as mãos, foi logo procurar o setor de embarque. O coração na boca de tão nervosa, conheceria pessoas queridas nesta viagem. Despachou a bagagem e dirigiu-se ao portão de embarque. Teria mais meia hora de espera até entrar no avião. Deste momento até o instante em que seus pés tocaram o solo catarinense correu tudo muito bem. Foi pegar sua mala e dirigiu-se ao portão, onde esperava que seus amigos a estivessem esperando. Assim que saiu levou um abraço apertado de sua amiga, Renata, que a estava esperando com seu irmão, Bruno e seu pai. Sim, Pâmela ficaria na casa deles, apesar de só conhecê-los pela internet. Respirou aliviada, pois, pelo menos, eles estavam lá para buscá-la. Era bem cedo ainda, não passavam de 9h da manhã, quando eles chegaram em casa. A mãe de Renata os estava aguardando. O restante da manhã correu tranquilamente, eles tiveram um almoço em “família” e, depois, seguiram cada qual para o seu quarto. Pâmela dormiria no quarto com Renata, então seguiram para lá para descansar, ou, pelo menos, tentar descansar. Ao fechar a porta, Pâmela deitou no canto da cama e Renata, próxima a ela no chão. Conversavam normalmente quando Renata aproximou seu rosto e começou a beijar Pâmela. Ficaram ali quase a tarde toda, até que a mãe de Renata chamou-as para lanchar. Foi então que Bruno chegou apressado e chamou as duas para o quarto; “vamos pra Joinville”? “Claro” “Não” responderam as duas ao mesmo tempo. Pâmela estava animadíssima, tinha uma amiga muito querida por lá e gostaria de conhecê-la também. Pegou o celular e logo mandou mensagem marcando o encontro na boate. A noite eles seguiram para o local onde pegariam o ônibus. Pâmela nunca tinha visto tanta gente diferente junta. Foi divertidíssima a viagem. Chegaram na boate e foram logo entrando, especialmente Pâmela que não estava acostumada com o frio que fazia por lá. Uma vez lá dentro, começou a procurar sua amiga Cíntia, que estava do outro lado da pista com uma amiga. Foram ao encontro uma da outra e se abraçaram bem forte, há tempos se conheciam e jamais imaginaram a possibilidade de se ver pessoalmente. Conversavam sorridentes quando Renata se pendurou no pescoço de Pâmela dando-lhe vários beijos como se estivesse “marcando território”. Dançaram muito a noite toda até que o cansaço veio forte fazendo com que Pâmela cochilasse no sofá da boate, ao lado da caixa de som. Acordou assustada com alguém tocando seu ombro, era Cíntia que vinha dançar na sua frente. Parecia uma miragem, um corpo escultural, uma barriga como ela nunca tinha visto, ficou tão encantada, que, sonolenta, tinha que tocar para ver se era real, então começou a tocar aquela barriga linda, devia estar com uma cara de besta muito grande, pois logo fez a amiga sorrir. “O que foi”? “Sua cara, tá babando em mim” disseram arrancando risadas de ambas. “Vem dançar comigo”? disse Cíntia. “Senta você aqui comigo” respondeu Pâmela dando um leve sorriso. “doida, você está acompanhada” - respirou fundo - “é verdade, onde está ela”? “está ali dançando com o irmão e os amigos” “já está quase na hora de irmos embora” “é verdade, melhor você ir pra perto deles, ou vai perder o ônibus” - Pâmela levanta ficando colada em Cíntia. “é, é melhor eu ir, foi um prazer enorme conhecer você pessoalmente” “todo meu” - olhando fixamente uma nos olhos da outra. “Ei, agente já vai, vamos para o ônibus” gritou Renata, assustando as duas que tentavam disfarçar o clima que havia surgido entre elas. Sorrindo descontraída Pâmela disse “prazer, lindona, adorei conhecer você” “eu também, adorei conhecer você” “até qualquer dia na internet” “até”. E, com dois beijinhos, elas se despediram e cada uma seguiu seu rumo. “Vamos”? Perguntou Renata. “Bora”. Entraram no ônibus e Renata ficou olhando para Pâmela com um ar questionador. “O que foi”? Perguntou Pâmela. “Aconteceu algo entre vocês”? “Fisicamente não” “hm” resmungou. “Não houve nada, é sério” “sei” “vai ficar monossilábica mesmo”? - leva uma olhada feia - “vai ficar assim o resto da viagem”? “não, só mais um tempinho, quero ver você sair dessa, srta” “ei, não estraga, ainda tem uma semana inteira para me aturar” “será um prazer...”

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Aline e a conversa importante

Posted by Dra. E. on 12:25
Aline havia acabado de ligar seu computador e logo entrou no msn, “mais um dia de muitas risadas no bate papo com as meninas” pensou. Vício? Imaginem! As risadas rolavam soltas até que subiu uma janelinha Leandra está online. Elas eram da mesma cidade, mas se conheciam há pouco tempo. Leandra era um perigo, novinha, acabara de completar 18 anos, e seu primeiro beijo com em outra mulher havia sido com sua prima, de mesmo nome, há pouco mais de 1 mês. Leandra puxou conversa, o que raramente ocorria, fazendo várias perguntas, típicas de quem estava começando a conhecer o mundo. “Ah, a curiosidade do jovem, há tempos não sei o que é isso” pensou Aline, que sozinha havia vivenciado perguntas e descoberto respostas. Foi quando Leandra pediu que ela fosse até a sua casa, pois tinha algo muito importante para falar com ela, precisava ser pessoalmente e naquele dia. “O que seria tão urgente”? “Deve ter brigado com a prima” pensou. Aline tomou um bom banho e começou a se arrumar. Teria tempo de sobra para passar na casa de Leandra antes de ir para a faculdade. Entrou em seu carro e dirigiu até o endereço da menina pensando no que seria dito, no que teria que responder, afinal, antes de conhecê-la, já era amiga de sua prima. Estacionou o carro numa rua paralela e foi andando sem pressa, algo não parecia muito no lugar. Tocou a campainha, e foi logo recebida por Leandra, a quem, carinhosamente, chamava de Le2. “Pode entrar, estamos apenas eu e minha irmã em casa”. Ao ouvir essas palavras Aline engoliu seco, algo, realmente estava estranho. Mas fez o que a menina pediu, entrou e acompanhou Leandra até seu quarto, ela estava cuidando de sua irmã mais nova de 6 anos. Ao entrarem no quarto, Leandra bateu a porta. “Senta ali na cama” pediu “tenho um assunto sério pra conversar com você”. “Tudo bem, mas diga logo o que é, estou um tanto confusa”. “Você sabe que eu nunca tinha ficado com meninas antes de ficar com a minha prima” disse com olhar meio perdido, “então, tem muita coisa que eu ainda não sei, estou confusa e nem sei se é isso que eu quero. Como posso saber”? A pergunta de Leandra era algo que Aline não esperava naquele momento, mas tentou simplificar a explicação “tudo depende de como você se sente ao ficar com uma mulher, dá pra saber se isso é o que você quer, mesmo sem experimentar...” nem conseguiu terminar o pensamento e Leandra levantou da cadeira e foi em direção a porta do quarto. Aline pode ouvir o som da porta sendo trancada bem as suas costas. A menina sentou atras dela na cama e Aline pode sentir sua respiração quente em seu pescoço. Um arrepio tomou conta de todo o seu corpo, mas não sabia se aquilo era certo, afinal era amiga de quem Leandra estava ficando. “Relaxa, tem mais de uma semana que agente terminou” disse, parecendo ler seus pensamentos. “Já sei o que eu quero” disse em voz baixa próximo ao ouvido de Aline e, puxando-a para si foi beijando seu pescoço, queixo e rosto até que suas bocas se encontraram. Com os lábios colados, o beijo foi esquentando e logo não era possível distinguir-lhes as bocas, os braços, pernas e mãos. Seus corpos entrelaçados dançavam ao ritmo das batidas descompassadas de seus corações. Passaram um longo tempo ali, juntas, curtindo cada olhar, gesto e palavra, cada toque e cada beijo, cada sussurro. A respiração ofegava e elas se olhavam como se estivessem jurando segredo, ninguém mais poderia saber. Já era tarde, e Aline estava quase perdendo sua aula, e, foi com o despertar da irmã de Leandra, chamando pela irmã, que as duas finalmente acordaram do transe. Vestiram-se correndo, ajeitaram os cabelos, recompuseram-se e foram, cada uma, continuar com seus respectivos dias, sem saber ao certo se aquilo que ocorrera voltaria a acontecer ou se fora apenas um momento a ser curtido em memória.

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